segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PROGRAMA DE INCA

Iniciamos a nossa aventura guiada em direção ao lago de Humantay, formado a partir do degelo das neves da montanha do mesmo nome. O lago situa-se na altitude de quatro mil e cem metros. Começamos nossa caminhada a partir do hotel, Salkantay Lodge (três mil e oitocentos metros), um conforto no meio do nada.

Quando se começa a andar com uma pequena mochila nas costas, os cuidados são típicos de quem mora nas cidades grandes, vai-se escolhendo os lugares onde pisar para evitar as bostas deixadas pelos animais e também contornando as poças de água e lama.


A trilha é uma subida em meio a montanhas, margeando enormes vales de onde se avistam os montes nevados Humantay e Salkantay, Na altitude andina as encostas dos morros são cheias de pedras e vegetação rasteira e seu relevo acidentado oferece belas paisagens.


Os andarilhos têm objetivos a atingir e usufruem relativamente pouco destas belezas naturais, porque andam, pela trilha sinuosa a beira de precipícios e cheias de desníveis, a maior parte do tempo olhando para chão. Os melhores momentos são aqueles em que você é obrigado a parar para recuperar a respiração afetada pela altitude e assim poder apreciar as imagens que te cercam.Para-se, apoia-se o queixo sobre o cajado e chega-se a fazer uma análise “custo-benefício” de tal empreitada turística.


Porém, quando se chega ao lago, a satisfação é enorme, em frente o monte Humantay nevado , e o lago de origem glacial com sua água esverdeada. A natureza em bruto, bela e exuberante.

A gente se sente como um Inca a reverenciar a divindade dos glaciares que lhes fornece as água.
As margens do lago são formadas por pedras de muitas cores e tamanhos, arredondadas e pequenas placas. Empilhando-as os viajantes formam pequenas oferendas (apacheta) aos deuses.


Dizem que alguns que adoram outras divindades veriam ali oportunidades para vários tipos de negócios para se ganhar dinheiro... Quem sabe um pedalinho! Ou um caiaque! He! He!

sábado, 16 de outubro de 2010

VIAGEM A MACHU PICHU


Muitos anos antes da chegada dos invasores espanhóis nas serras peruanas, os Incas, povo que elegeu o Sol como seu Deus supremo, construiu uma civilização única em território situado em montanhas próximas aos Andes. Tiveram o seu período de esplendor até serem massacrados pelos conquistadores.

As ruínas existentes atraem pessoas de todos os cantos do mundo para admirá-las e também reverenciar a memória do povo Inca.


Cusco foi a capital deste império e hoje é base de apoio para todos aqueles que querem peregrinar por suas trilhas e visitar os diversos tesouros arqueológicos existentes na região. A cidade com cerca de quatrocentos mil habitantes vive basicamente do turismo.


A riqueza em arte sacra pode ser admirada na Catedral, no Templo da Companhia de Jesus, no Templo de San Blas e no Museo de Arte Religiosa, além de outras. Sente-se a dimensão do peso do colonizador espanhol, construindo suas igrejas cheias de ouro e prata sobre os templos Incas e impondo sua religião, seus ritos e sua cultura.


De Cusco, vamos percorrer a pé a trilha do Salkantay em direção a famosa Machu Pichu. Levaremos seis dias num trajeto de caminhadas, dormindo cinco noites em pequenos hotéis, estrategicamente localizados.


Vamos a Machu Pichu seguindo ao longo do Rio Salkantay e do Rio Santa Teresa, respirando o ar rarefeito da altitude andina, provavelmente sob algumas pancadas de chuva e pensando naquela civilização extinta que nos deixou como herança, lendas, traços culturais e ruínas dos seus templos de glória.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CARALHOTAS E OVOS MOLES

Os portugueses são inigualáveis na arte de dar nomes às coisas. Pera Manca, Porca de Murça, Periquita, Cabeça de Burro, Cova da Beira são alguns nomes de vinhos conhecidos. Barriguinha de freira, Toicinho do céu, Papo de anjo, nomes de alguns docinhos bestiais.


Através do senso de humor lusitano, dos fados que choram a aventura de uma nação de navegadores, da saudade dos que foram e dos que ficaram, e de sua culinária, pode-se começar a entender a alma nostálgica portuguesa.



Rir-se e chorar-se.

A noite Lisboeta é uma festa permanente o que faz de Portugal, hoje, ponto de atração de gente de todos os cantos.

Mas, vocês já ouviram falar que algumas jovens gaúchas quando, em estando no Rio de Janeiro, vão à padaria e pedem um cassetinho e fazem o pessoal morrer de rir. Pois é, imaginem então umas raparigas de Almeirim irem ao Rio, entrarem numa panificadora e pedirem umas caralhotas...

Não se preocupem porque os ovos moles são apenas os de Aveiro. Em outros cantos, os miolos que são moles.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AO REGRESSAR

Ao final de uma viagem por países tão diferentes: Emirados Árabes Unidos, Japão, China, Vietnã, Camboja e Tailândia, em apenas 55 dias, ainda meio aturdidos por tantas imagens e sensações, lugares e pessoas, percebemos um sentimento de que algo foi-nos acrescentado; uma coisa difícil de explicar, do tipo, as pessoas são semelhantes em todo o canto, porém são também muito diferentes entre si, como que uma beleza da diversidade. Ser visto e tratado como um diferente. Tentar experimentar e avaliar os sabores, os sons, os movimentos, as construções e maneiras. Afastar preconceitos e olhar, olhar, olhar...

Viajar pelo ocidente é percorrer um mundo diverso, mas familiar. Porém, viajar pela Ásia é outro barato, principalmente na época atual, quando um vertiginoso processo de mudança está em curso, convivendo o mais profundo das tradições milenares com o crescimento do consumo e de novas formas de produção, o que tem levado muita gente do meio rural a mudar completamente de estilo de vida, conceitos e ideologia.


Conviver com países mais abertos significa receber milhares de turistas de outros países, que têm traços fisionômicos diferentes, modos às vezes engraçados, outras vezes estranhos, usam cortes de cabelo e roupas esquisitos e falam outras línguas. Tendo de aprender um pouco de inglês para faturar a grana dos que chegam. One dólar mádam! One dólar sir!


Receber a gentileza, a boa educação e o sorriso dos orientais e também ser percebido como um diferente (não diríamos haver preconceito racial e sim curiosidade). A tradição budista e xintoísta, convertidas em sofisticadas formas de convivência social no Japão, em frenético ritmo de crescimento na China. A simplicidade acolhedora dos povos do Vietnã e do Camboja. As cores, a malandragem e sensualidade dos tailandeses, aos poucos vão sendo descobertas. A percepção se alterando ao longo dos dias.


As cerejeiras floridas, a grande muralha, os guerreiros de Xian, os templos de Angkor, a superarquitetura e superengenharia de Dubai, é uma hiper dose de experiência que nos faz pensar numa humanidade possível além da torre de Babel.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

ANGKOR - TESOURO CAMBOJANO

Não faz muito tempo, em meados do século XIX, foi descoberto um verdadeiro tesouro histórico e arqueológico nas matas ao norte do que hoje é o país chamado Camboja. Foi durante a ocupação francesa na região, quando alguns pesquisadores foram informados da existência, no meio da floresta, de ruínas de templos antigos. Sabiam ter encontrado uma das maravilhas do mundo e iniciaram os levantamentos e estudos da área descoberta. Mas os problemas de guerras e disputas políticas na região durante o século XIX e praticamente todo o século XX fizeram que somente há pouco mais de quinze anos os templos de Angkor, em Siem Reap, fossem abertos a visitação e ao turismo internacional. Declarado em 1992 patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Angkor foi, de 802 a 1432, o centro político e econômico do grande império khmer e o que sobrou ocupa 200 km², tem 70 templos alem de túmulos e outras ruínas ancestrais.


É impressionante! Pelo número de templos, pela área que ocupa e pela grandiosidade das ruínas em fase de restauração. E principalmente pelos inúmeros detalhes em baixo relevo, suas torres e alas formando um conjunto harmonioso e monumental. O caráter religioso do lugar além de ponto de atração turística ganha ares de santuário, com grande presença de monges budistas com suas vestes alaranjadas, que atrai a população local para orações e oferendas religiosas.


Hoje, Siem Reap vive um enorme dinamismo econômico derivado da importância do seu patrimônio histórico e cultural. Só se vêm construções novas: hotéis de redes internacionais, restaurantes, pequeno comércio e claro, casas de massagem. A população pobre desta região do Camboja se movimenta em torno desta riqueza que lhes sinaliza uma esperança de sobrevivência melhor. Uma vida nova a partir de uma herança antiga.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TERRA DE MONGES, CORES E MASSAGENS

Os caras raspam a cabeça e se enrolam em pano alaranjado, são monges budistas com suas túnicas vistosas. O budismo é a religião dominante na Tailândia e por todos os cantos se vêm oratórios coloridos em dourado, amarelo e vermelho. Estas miniaturas estão sempre repletas com oferendas de seus devotos.

Os templos são grandes e luxuosos: as estátuas de Buda são ou de ouro ou douradas, como as pinturas das bordas de seus altares, ornamentados com flores e frutas multicoloridas.


As roupas femininas, saias e blusas ostentam brilhos espalhados pelos desenhos pintados em cores vivas e alegres. É decididamente um país de clima quente, com muita vegetação e umidade e que gosta de amarelo, vermelho, dourado, alaranjado, verde, azul...


E as massagens?!

Nos países asiáticos a massagem é considerada procedimento terapêutico e de bem estar. Assim a galera toda a pratica regularmente: massagens nos pés, costas, cabeça, corpo todo. Há os do tipo suave e as do tipo surra, conforme o desejo do cliente e também de sua necessidade.


Quando se passa pelas ruas fica-se surpreso com a quantidade de lugares, de todos os tamanhos, oferecendo massagens, com cardápio e tabela de preços publicados à porta. A massagem é um “Esporte Nacional” da Tailândia.


Desconfiamos também que é parte importantíssima da formação do PIB do país, sem se dizer é claro do volume de emprego e ocupação garantido para população local. Na Tailândia e em outros países da Ásia, massagem é a solução de todos os problemas. Que bom, né!?

domingo, 2 de maio de 2010

CHEGADA À TAILÂNDIA

A gente estava acompanhando pela Internet o noticiário de que estava havendo crescimento nas manifestações políticas na capital, dos chamados camisas vermelhas que querem por todo modo a dissolução do Parlamento e convocação imediata de eleições. Havia informações de confrontos violentos com as forças do governo, registrando mortos e feridos. Vimos algumas imagens na TV que mostravam confrontos. O pessoal mandando email perguntando se a gente tava por dentro do que tava acontecendo. Em 27 de abril, o site da embaixada brasileira no país recomendava aos cidadãos brasileiros que evitassem viagens a Bangkok neste momento.

Mas, sabíamos também que não havia registro de problemas com turistas e que continuava normal o movimento no aeroporto de Bangkok e outras cidades da Tailândia, que o primeiro ministro tinha ido à televisão, acompanhado do comandante militar, serenar um pouco os ânimos. Enfim, não parecia situação eminente de caos que sugerisse arrepiar carreira. Resolvemos transformar o receio em espírito de aventura.


A data de chegada o 1º de maio, aguçava mais ainda a nossa expectativa.


Porém, qual não foi nossa surpresa, pois não vimos absolutamente nenhum sinal que possa estar ocorrendo algo nessa cidade, a não ser que não vimos ninguém vestido de camisa vermelha ou amarela (as cores das correntes litigantes), ou seja: todo mundo com medo de achar que pudessem estar tomando partido de alguma dos lados.
Engraçado, cabe registrar, que no caminho do aeroporto para o Hotel vimos três painéis com fotos mostrando feridos nos conflitos. Alguma campanha em curso, o que estava escrito nestes cartazes, obviamente não entendemos, porque ainda não lemos tailandês.


Hoje, domingo, caminhamos o dia todo pela cidade, pegamos o monotrilho e fomos até o Chatuchak Market, mercado que funciona aos finais de semana e que junta gente de toda cidade e vende absolutamente de tudo, um tremendo mercado, com milhares de pessoas comprando. Pegamos também o Metrô, fomos almoçar no bairro chinês e depois fomos visitar o Buda de ouro (5,5 toneladas).
Tudo na santa paz.

Faz tempo bom em Bangkok, segundo a meteorologia poderá haver nos próximos dias algumas pancadas dispersas e ocasionais. É a previsão do tempo, não da política.