sábado, 20 de junho de 2009

SÃO LUÍS DO MARANHÃO

Cidade fundada em 1612 pelo francês Daniel de la Touche, senhor de la Ravardière, em homenagem ao rei de França, São Luís é paradoxalmente uma das mais lusitanas da cidades brasileiras. Local para atuação de uma das maiores figuras de seu tempo o jesuíta Padre Antonio Vieira, que nela proferiu alguns de seus mais expressivos sermões, A cidade no período colonial foi alvo de disputas entre nações européias, franceses e holandeses quiseram fazer dela base de suas incursões pelo Novo Mundo. Recebeu também anos depois o Marquês de Pombal interessado na preservação do norte da colônia Brasil em mãos portuguesas.

Esta São Luís hoje se divide ao meio. Duas cidades e um só nome separados pelo Rio Anil e pelo tempo.

A velha cidade, chamada também de Centro Histórico, da pena de ver. Suas outrora suntuosas casas antigas, em mau estado de conservação, muitas caindo aos pedaços, procuram manter algum charme. A presença do Palácio do Governo não inspira maior esperança e a antiga Catedral da Sé, sempre vazia com um ou dois pedintes à porta compõem um cenário desolador, de decadência e falta de perspectiva. Neste lado moram a maioria dos pobres e sobrevive do pequeno comércio.

A nova, edificada ha trinta e oito anos tem o aspecto das cidades recentes, onde se repetem as grifes das lojas e lanchonetes de outras tantas parecidas. Há vários lançamentos imobiliários anunciando a venda de enormes torres de apartamentos luxosos, propondo um conforto que, ao que parece, o velho centro não pode mais oferecer. Nesta parte moram a classe média e os ricos e ficam os shoppings centers e o grande comércio.

Ambas, a velha e a nova, ligam-se por pontes, uma das quais, a principal, se chama Presidente José Sarney em homenagem a um político local que chegou por acaso à presidência da república e que tem a mania de botar o seu nome e os da sua família em tudo quanto é coisa por aqui.

Mas nem tudo é tristeza. Quando vier para cá escolha o mês de junho, principalmente a segunda quinzena. A antiga São Luís vive em festa, em seus terreiros e quadras: é o bumba boi, o forró de pé de serra, o tambor de criola e de mina, os batuques, e as comidinhas vendidas em barracas como se fosse uma grande quermesse. A cidade velha que normalmente é deserta durante a noite anima-se como num carnaval.

Para quem viaja uma semana de férias é tempo demais.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

SARNEY METIDO A REI


Inacreditável! Uma boa notícia no Maranhão!


O Convento das Mercês será devolvido ao Patrimônio Histórico da União.

É que a Fundação José Sarney havia recebido em doação para sua instalação simplesmente o mais bonito e importante prédio representativo da Memória Histórica do Estado do Maranhão. Simplesmente o edifício que ouviu alguns dos mais importantes sermões do Padre Antonio Vieira e que mantinha uma pequena exposição em sua homenagem.

Pois não é, que o José Sarney resolveu em culto a sua personalidade construir em vida um museu para si e se apossar do Convento! Reescrever a “história do Brasil” em função de sua imagem, com uma galeria de fotos dos presidentes brasileiros, só para estar incluído entre eles. Criou um deboche de museu, onde sua foto e de sua família aparecem a cada centímetro quadrado sob a as mais diferentes formas de caricaturas, quadros e fotos. Um baixo nível de dar enjoo.

Se o cara gosta mesmo é de ser rei e Roseana a princesa regente, taí o Carnaval, para isso mesmo: compra uma fantasia e bota uma coroa de lata.


Falta-lhe senso do rídiculo e sobra-lhe ganância e falta de escrúpulos.

Não se apercebe que toda a gente por aqui não lhe tem o menor respeito. Não há com quem se converse que não faça troça de suas aprontações.

Mas a Justiça desta vez acertou e recuperou o Convento para a União. Esperamos que seja para valer.

XÔ! XÔ!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ROLANDO NOS LENÇÓIS MARANHENSES

Nunca tinha pilotado um quadriciclo. Tive um curso de mais ou menos dois minutos e saí dirigindo um híbrido de moto e carro, por sinal bem confortável.
Saímos às 9:30 h. e chegamos de volta às 18:00 h. Um dos passeios mais fantásticos que já fizemos.

Na ida, sob intensa chuva, atravessamos trilhas enlameadas, entrando em pequenas crateras alagadas, nem sempre tão pequenas. Foi aí que aprendemos que estes veículos também flutuam, quando é preciso tirá-los de alguma situação de atolamento. Um esporte radical suave recomendável, até certo ponto, para adolescentes da terceira idade.

Após percorrermos algumas trilhas por cerca de uma hora chegamos as franjas dos lençóis e ao subirmos a primeira duna descortinamos uma paisagem chocante. Era só o início do que iríamos desfrutar por todo o dia. Correndo pelas areias firmes das dunas, com subidas e descidas, ladeando centenas de lagos de água turquesa e doce. A chuva tínha-nos deixado totalmente molhados e sentindo um pouco de frio, mas era quente a água onde fomos nos banhar. Que maravilha gente!

Ainda tinha mais para curtir. Sim, a praia totalmente deserta dos lençóis, com apenas algumas cabras e cabritos pastando. Praia de ondas, mas daquele tipo que vai afundando devagarzinho. Agora outro banho, mas de água salgada e já com o Sol aberto.

Abriu o apetite, mas não teve problema, porque mais meia hora e fomos comer no restaurante da Luzia, que só tem cardápio em inglês, francês e espanhol. Afinal, em português a gente fala, não é? Pode-se escolher entre camarão, cabrito e peixe. Podem escolher que não tem erro e ela não revela a receita.


Um restaurante coberto de palha de buriti, no meio do nada, totalmente simples, porém élegante, onde se é recebido com muita gentileza e fidalguia.
Depois do lauto almoço foi retornar pelas dunas, porém com as cores do entardecer.


Rolando pelos Lençóis Maranhenses em quadriciclo.

domingo, 14 de junho de 2009

DICAS DE VIAGEM – LENÇOIS MARANHENSES

Coisas práticas:

Como somente há agência do Banco do Brasil em Barreirinhas e não há caixas eletrônicos de outros bancos, é preciso, para a maioria das ocasiões, portar talões de cheques ou dinheiro vivo de preferência trocado. Cartões de Crédito só são aceitos nos estabelecimentos comerciais maiores, que são poucos. Cartões de Débito podem ser utilizados em alguns lugares.

Para o melhor passeio, que é a visita aos lençóis em quadriciclos, é recomendável não esquecer de colocar tênis na bagagem, pois é essencial para quem for pilotar (as mudanças de marcha se fazem com o pé). Não se assustem que o passeio é bárbaro.

Quem pensar em vir para Barreirinhas de avião (a alternativa é ônibus) não se esqueça que o equipamento é pequeno, portanto não é compatível com malas muito grandes (diga-se de passagem, para cá basta camisetas e roupas de banho, o resto é supérfluo, dizem que o limite por passageiro é de 10 quilos, mais ou menos).

Sobre os passeios:

A aventura de quadriciclo pelas dunas é o ponto alto da visita a região dos Lençóis Maranhenses. Só este passeio já justifica uma viagem para cá. E é uma boa oportunidade para se comer no restaurante da Luzia, famoso no pedaço e que merece a fama.

O sobrevôo sobre os Lençóis ganhou segundo lugar nas avaliações dos visitantes.

A viagem pelo Rio Preguiças até Caburé passando por Vassouras e Mandacaru é estupendo.

Pode-se ir às dunas em veículos quatro por quatro, à Lagoa Bonita ou à Lagoa Azul e lá se caminhar pelas areias e banhar-se em água doce e cristalina. Vale a pena.

A visita à Casa da Farinha, onde se mostra um modo artesanal de produção de farinha de mandioca, também merece atenção.

A descida em bóias pelo Rio Formiga, na Cardosa, precisa de época sem chuva. Pode ser considerado um programa acessório.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

BARREIRINHAS E SEUS ENCANTOS

Você já veio ao Maranhão? Então venha.

Sabe o que você vai encontrar? Muita coisa boa.

O cenário natural destas bandas dos chamados Lençóis Maranhenses parece com aqueles mostrados nos filmes das expedições de Jacques Cousteau misturados com os da National Geographic.

Barreirinhas possui um povo que ao que tudo indica foi educado todinho em uma escola suiça-tropical, oferece ao visitante um tratamento carinhoso e uma série de passeios para serem curtidos e guardados na lembrança.

O município fica à margem do Rio Preguiças que flui calmente até o mar, distante cerca de uma hora e meia de barco (voadeira). Um dos acessos aos Lençóis é pelo rio, os outros são ou por jipões tipo safari, quatro por quatro, ou por pequenos quadriciclos.

A viagem de barco por si só já é um passeio completo, é uma travessia semelhante às realizadas nos igarapés amazônicos, com margens próximas e vegetação exuberante. De vez em quando se avistam pequenas construções cobertas de palha de palmeira buriti, abundante na região e que é manipulada pela população local com arte e maestria, mostrando suas origens e um pouco da arquitetura indígena.


Conhecer as belezas daqui começa por navegar o Rio Preguiças, por suposto, sem pressa.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Lençóis Maranhenses – a chegada

Quando nós cogitamos viajar para o Maranhão resolvemos dar uma espiada no Google Earth: O Globo terrestre a nossa mão, num clique de mouse. Decidimos “voar” sobre os Lençóis Maranhenses. O que vimos foi surpreendente: uma faixa branca no mapa a direita de São Luís. Soubemos depois que tem cerca de 70 km de comprimento, por 50 km de largura. Um enorme parque formado por dunas de areia e milhares de lagos formados pelas águas da chuva: um deserto a beira mar, com direito a pequenos oásis. Uma imagem de respeito! Decidimos conferir e planejamos uma viagem que começasse por um vôo de São Luís a Barreirinha, no qual tivéssemos uma visão aérea dos lençóis, que aprendemos que se dividem em duas partes em grandes e pequenos lençóis divididos pelo Rio Preguiças (nome sugestivo para uma viagem). Do avião vê-se paisagens que sugerem uma sucessão de telas e pinturas indicativas de figuras, como quando se avistam nuvens no céu, uma imagem às avessas, do céu mirando-se a terra.

Os Lençois Maranhenses são de fato uma das maravilhas da natureza e praticamente intocados, pois o acesso se faz hoje somente através de trilhas com os jipões quatro por quatro. É um belo deserto de areia e água em permanente mutação, dependendo das estações das chuvas e das secas, com acesso restrito e controlado pelo IBAMA, até com excessos do tipo: só uma pequena parte pode ser sobrevoada e vista de cima. Recentemente, a partir 1981 é que entrou nos roteiros turísticos. Conta com boa base de apoio em Barreirinhas e possue hoteis, pousadas e Resorts para todos os gostos e bolsos.


Pra galera que gosta de um Lual, parece que a Lua cheia nas dunas é de converter qualquer um em monge budista.