quinta-feira, 25 de setembro de 2008

SAINT EMILION

Chegamos a Bordeaux no dia 22 de setembro, em plena transição do verão para o outono na Europa; momento no qual os produtores de vinho da região estão decidindo o dia certo para dar início a colheita. Torcem por mais uns dias de Sol para aumentar o teor de açúcar das uvas. Temem por uma súbita queda de temperatura e uma eventual geada, que lhes imporia grandes perdas. Como bons agricultores reclamam de quase tudo, principalmente do clima, dizem que até aqui o tempo não tem ajudado muito. O fato é que ôntem e hoje, os dias estão ensolarados e sem nenhuma nuvem no céu. Oxalá Baco os protejam!

Estamos visitando nossos amigos Rafa e Anne que vivem nestas bandas. Ele nos levou a conhecer Saint Emilion, a cerca de 40 km de Bordeaux. No caminho, ao longo da estrada, vinhedos carregados de cachos de uvas maduras se espalham por todos os cantos, até quase dentro das casas, das ruas e dos edifícios antigos. Fileiras de parreiras penetram os campos. Os cachos, mais pesados que as folhas, ficam pendurados na parte de baixo e por pouco não chegam até o chão. Uvas, uvas e mais uvas, recebem os raios de Sol e sintetizam mais e mais açúcar, para se prepararem para produzir vinhos e mais vinhos.

Saint Emilion é uma cidade medieval que mora sobre uma pequena colina; cheia de vida respira sua história, cheia de caves exibe seus produtos e convida o visitante a sentar-se e provar seus vinhos e queijos. Alguns restaurantes oferecem nos cardápios pratos a base de pato, ovelha, peru, além dos mais variados peixes e frutos do mar. Uma cidade francesa com certeza.

Diz a lenda, que lá viveu refugiado, os últimos anos de sua vida, no século XII, um monge beneditino que se tornou ermitão e passou a habitar uma das inúmeras cavidades naturais que havia na região.
Há também uma pedra em que o santo utilizava para sentar-se, a qual se atribui poderes milagrosos para aumento da fertilidade. Sabe como é né? Na dúvida ...

Embaixo de um grande campanário há uma igreja escavada em um bloco de pedra, denominada igreja monolítica e possui diversas galerias que no passado abrigaram um cemitério ao modo das catacumbas.

O ambiente natural da região é composto de rochas cálcareas, bastante porosas, que servem para construção civil, e revestem grande parte das casas e edificios de Bordeaux: as chamadas pedras bordalesas que dão um toque característico a cidade.

2 Comentários:

Blogger virtualbrique disse...

Oi queridos! Bem, vocês sabem que o meu gosto alcólico tá mais prás bandas da Escócia, mas lendo esta crônica, juro que fiquei com água na boca! Acho que vou tomar uma taça de tinto daqui a pouquinho...
bjs, Tícia

28 de setembro de 2008 às 16:19  
Blogger Mario Guedes disse...

Caríssimos,
Não sei se notaram, mas em frente à igreja monolítica, do outro lado da praça, há (havia?) enorme e sofisticada loja de vinhos, em cuja imensa vitrine externa está (estava?) escrito: Entregamos nos seguintes países: seguiam-se bandeiras da CEE, dos EUA, do Japão e, pasmem, da Rússia e do nosso Brasil.
Nada como ser um país pobre mas com uma fantástica concentração de renda ...
Não é de espantar que um dos Rothschild, em nos visitando, ha alguns anos, tenha declarado nunca haver visto uma adega tão bem abastecida como uma em São Paulo.
Referia-se à do Maluf ...
Beijos,
Mario

29 de setembro de 2008 às 18:55  

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