PONTES COBERTAS E FOLHAS VERMELHAS
O filme “As Pontes de Madison”, além de ser um clássico do cinema americano, desperta em muitas pessoas que o assistiram a vontade de conhece-las in loco. Há nos Estados Unidos em vários estados muitas destas pontes antigas feitas em madeira e cobertas com telhados.
Estas pontes construídas no meio rural, parecem que foram cobertas para durar mais e também facilitar a passagem do gado, se tornaram atração turística em vários pontos do país. Somente no estado de Vermont há cerca de sessenta delas.
Em Woodstock, um pequeno e belo município deste estado a meio caminho entre Montreal e Boston podem ser vistas algumas delas. Basta pegar um mapa turístico e lá estão ao lado de outras atrações. Ao visitá-las no outono se passa em estradas ladeadas por árvores com folhas de diversas tonalidades em amarelo e alaranjado.
As folhas caídas forram todos os lugares e compõem um cenário deslumbrante, difícil de ser descrito, no qual até as fotografias não conseguem passar a maravilhosa peça que se contempla. A neve não tardará a cair. Já se vê, ao amanhecer, os campos e os parabrisas cobertos de gelo.
Ao procurar visitar as pontes cobertas o viajante será levado a percorrer pequenas estradas e, ao passar por elas, contemplar o show do outono e também as fazendolas com suas belas casas e gramados. E nestes lugares terá a oportunidade de observar um pouco da vida do interior; recantos aonde muita gente busca o descanso relaxante das caminhadas nas serras.Para consulta:http://www.vermontvacation.com/ e
http://www.vtattractions.org/
QUEBEC – A França na América
Por estas bandas é comum as cidades adotarem frases como lemas. O da cidade de Quebec: “Je me soviens”, provoca nos turistas a dúvida de qual é o seu significado. O que eles querem dizer com: “Eu me lembro”? Um habitante da cidade nos disse que é uma mensagem a todos para que não se esqueçam de suas origens e valores culturais; não percam sua identidade.Nesta época do ano a maioria dos turistas que vêm ao Canadá é para apreciar o outono e suas folhas vermelhas, que podem ser vistas nos parques, estradas, ruas e praças. Todos ficam maravilhados com as árvores que formam paisagens que lembram pinturas de Van Gogh. O campo e a cidade neste momento se fundem num jardim único.Mas é muito bom caminhar pela cidade velha. Apreciar as casas construídas em pedra, o estado de conservação das ruas, o carinho com que estão sendo cuidadas. A cidade parece acolher bem a seus visitantes, sem muita pressa oferece-lhe a beleza de sua arquitetura e seus cafés e restaurantes para se fugir do frio e encontrar o calor da gastronomia loal.
Os franceses que tanto tentaram constituir colônias na América como as incursões no Rio de Janeiro, Salvador, São Luís do Maranhão, Guiana e Haiti, somente conseguiram pleno êxito no Quebec. Quem pensa visitar este país não deve deixar de incluir uma visita a esta cidade cheia de charme. Je me souviens.
Dicas de Quebec:restaurante:-Le Saint Amour: 48, Rue Saint-Ursule – Fone (418) 694.0667-Hotel Champlain – Vieux Quebec – 115, rue Sainte-Anne - Fone: (418) 694.0106 www.champlainhotel.com
Dicas de Montreal:Restaurantes :
- Chez L’Epicier – restaurante do chef Laurent Godbout - 311, rue St-Paul Est – Fone: (514) 878.2232 www.chezlepicier.com
- Stach Café -restaurante polones – 200, St Paul, Vieux Montreal, Fone: (514) 845.6611
Música : - Jazz Club Diese Onze – 415-A, rue St-Denis , 514 - Fone: (514) 223.3543
CAMINHANDO NA CHUVA
O inverno nem chegou e a temperatura só faz baixar. O Weather Channel tem previsto a possibilidade de neve. Houve um dia até que caíram, junto com a chuva, uns floquinhos paraguaios. Nós, como bons brazucas, parecemos seres extraterrestres em uniformes de astronautas. Em todas as saídas às ruas dá-lhe luvas, gorros, casacos e blusas, sem contar cuecões e camisetas de manga comprida. Mas com uma certeza na mente: o frio não nos derrotará jamais.
Alguns jovens por aqui são metidos a valentões e por vezes vê-se algum em mangas de camisa; algumas garotas de mini-saias e sandálias parecem que estão indo à praia. Nota-se que são inexperientes. Os velhinhos e velhinhas já mais precavidos, quando saem para ir algum lugar estão sempre super agasalhados.
De botina e guarda-chuva parecendo agentes da KGB caminhamos pelas ruas e parques destas cidades. As folhas das árvores começam a nos explicar o porquê delas terem conseguido um lugar bem ao centro da bandeira do Canadá. Elas se mostram deslumbrantes em milhares e milhares de tonalidades das famílias de cores de vermelho, alaranjado, amarelo e maravilha. O outono, que antecede a estação das neves, dos dias que são noites na maior parte do tempo, motra-se generosamente colorido como a dizer que vale a pena esperar para ver os shows da natureza.Passear por uma alameda acarpetada e multicolorida, a observar os pinheiros verdes ladeados por árvores que estão, como num desfile de fantasias, a exibir os brilhos, as plumas e paetês, num espetáculo no qual a mente faz-se leve e zen, acaba por aquecer a alma e entender os jovens.
MIL ILHAS
Uma viagem entre Toronto e Otawa, por rodovia, tem quatrocentos quilômetros em estrada de duas pistas, praticamente uma reta só, equivalente a distancia entre Rio e São Paulo.
A meio caminho encontra-se Gananoque, uma cidade à beira do Rio São Lourenço, onde se pode pegar um barco para passear entre algumas das chamadas “mil ilhas” que se espalham ao longo do rio. Ao chegarmos ao embarcadouro ainda pudemos ver desencostar do pier, lentamente, aquele que seria o nosso lindo passeio. Chovia pra nenhum agricultor botar defeito.
Fomos então agraciados com a informação que haveria outra partida, uma hora mais tarde, e assim poderíamos ainda almoçar antes do próximo passeio. Que alívio!
Foi um giro rápido de apenas sessenta minutos, mas o suficiente para curtir o início das cores do outono canadense. As pequenas ilhas, cada uma com uma casa bem cuidada, formam como que um grande condomínio aquático ajardinado com espécies vegetais, cujas folhas, principalmente de “maples”, nesta época do ano adquirem tonalidades que enchem os olhos. A navegação pelo rio São Lourenço que, em um certo trecho, delimita a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, nos pareceu programa turístico pra lá de metro. Só tomamos um pequeno aperitivo, mas o suficiente para perceber que se trata de área de beleza natural privilegiada e com muitas casas para veraneio sofisticadas.
CATARATAS DE NIAGARA
O GPS tornou totalmente obsoletos os mapas rodoviários. Bastou colocar, em Washington, o endereço do hotel em Niagara Falls e a “Maria” nos conduziu por ruas, avenidas e estradas por mais de setecentos quilómetros, impecavelmente. Os mapas servem hoje apenas para os estrategistas definirem seus planos de exploração e viagens turísticas.
O lado americano das Cataratas estava de fazer dó, parecendo balneário fora de temporada. Chovia a beça, as ruas desertas e inúmeras placas de imóveis para alugar ou vender, afinal estamos no início do outono por estas bandas.
Já o lado canadense, que tem vista das cachoeiras mais ampla e mais bonita, tem também uma estrutura mais sofisticada e ativa, com bastante gente circulando e passeando por seus jardins. Há também uma bela torre belvedere que permite ver a exuberância e a força das águas.
Ao voltar de carro de um restaurante à noite (esquecemos de levar o GPS) nos perdemos e fomos parados pela polícia. Incrível né! Eles só queriam nos ajudar. E nos conduziram até um porto seguro. Quem não está acostumado estranha...Em tempo, não dá para comparar as Cataratas de Niagara com as de Foz do Iguaçú.
WASHINGTON
É uma cidade, esta capital dos Estados Unidos! Quem pensar em visitá-la pela primeira vez deve reservar pelo menos uma semana, para dar uma espiada nos museus e monumentos e também passear pelos jardins e alguns de seus bairros. Quem, como nós, ficar três dias, levará a vontade de voltar.
Entre os diversos museus de Washington, há um muito diferente dos tradicionais é o Newseum. É incrível: totalmente dedicado às notícias, acompanha as primeiras páginas de uma gama enorme de jornais, todo os dias, e de forma interativa permite acesso às notícias veiculadas por mídia impressa, de televisão e reportagens, de várias épocas. Prepara e organiza informações que servirão de base às pesquisas históricas do futuro. Pode-se ver material da Segunda Guerra Mundial e também dos dias atuais. Uma grande idéia, primorosamente executada. O Newseum é imperdível. Pode-se passar horas dentro dele viajando pela história recente.
Uma cidade de trabalho, onde se vê muitas pessoas vestidas com seus ternos e terninhos muito elegantes; respira-se o ar de uma capital administrativa e que abriga também instituições internacionais. Ao mesmo tempo, pode-se ir a Georgetown, um bairro próximo ao centro, onde se pode ouvir um bom jazz e também frequentar bons restaurantes, uma vila madalena.Por ser plana ela nos convida a caminhar e ir descobrindo aos poucos suas inúmeras atrações. Dá vontade de voltar para continuar as descobertas.
PHILADELPHIA
Chegamos a Philadelphia à meia-noite, exaustos, afinal estávamos acordados desde as duas horas da manhã, tínhamos enfrentado aeroportos e congestionamentos. Finalmente aportamos no hotel e uma surpresa nos estava reservada: no país do anti-tabagismo tivemos que encarar um quarto para fumantes onde até as lâmpadas exalavam o cheiro readormecido de cigarro, pior que fim de noite em boate, nos anos sessenta.
Ao ressuscitarmos no dia seguinte, encontramos um dia ensolarado. O hotel situava-se ao lado do bairro chinês e por coincidência naquele momento estavam sendo erguidas as barracas da festa anual do Chinatown. Uma grande quermesse, um palco, música e danças com leques e quimonos de seda coloridos.
Fomos visitar os principais lugares onde se realizaram as reuniões que culminaram com a Declaração de Independência Americana. Onde se forjou a base da maior potência econômica e militar do séc. XX. Lugares simples, sem grandes monumentos, poucos edifícios originais, onde os imigrantes proclamaram o seu não à pátria colonial.
A Philadelphia dos dias atuais é uma cidade com edifícios arrojados, com suas peles de vidros espelhados que refletem o histórico e o novo. É uma referência da memória nacional americana. Tem um parque maravilhoso, que se estende à beira do Rio Delaware, onde esportistas caminhavam e corriam numa manhã de domingo sem se importar com a chuva fina e a temperatura que começava a cair nesta época do ano.
Quem vem aos Estados Unidos pela primeira vez, deve começar por esta cidade onde as treze colônias de povoamento se juntaram para formar um país, que deu no que deu.